Desde que estou nesse emprego meu desempenho vem sendo com momentos de razoável performance, pequenos lapsos de brilhantismo e muitas bolas dentro.
Aos poucos fui me tornando peça chave e os holofotes ficando em cima de mim. Muitas humilhações de chefe, gritinhos aqui e ali, olhadas feias, encaradas, críticas mas claramente elogios e a superioridade em relação à maioria dos meus pares.
Infelizmente, na iniciativa privada, para você subir a escada corporativa não basta ser bom, desempenhar bem, fazer suas entregas definidas no escopo da sua descrição de trabalho. Não basta ir, tecnicamente, além. É preciso networking, beijar traseiros gordos de chefes, cair nas graças de pessoas influentes e fortes, ter padrinhos, e muitas vezes dar a cagada de alguém ir com a sua cara – principalmente daqueles que decidem promoções.
Minha empresa teve um turn-over alto nos últimos meses (rotatividade), com muita gente saindo e isso abriu oportunidades para que pessoas do meu cargo subissem para fechar as vagar abertas acima de mim e obviamente eu estava cada vez mais confiante de que tinha boas chances de uma sonha promoção que jogaria meu salário para níveis bem, bem interessantes e que permitiriam muito mais que um aumento de aporte um pouco acima da casa dos 4.000 reais (gerando assim 48.000 reais em um ano de aporte) mas um aumento nos meus gastos de lazer e estudos, o que me ajudaria a aguentar essa longa, humilhante e violenta jornada rumo ao milhão e à sonhada liberdade desse grotesco e imundo mundo do trabalho das empresas privadas corruptas brasileiras.
Por características próprias da minha personalidade, não sou afeito a puxa saquismos, papos idiotas inúteis, nem sou bonitão e carismático. Tenho meus bons momentos porém a maioria são com o alcool.
No mundo que vivemos hoje, sabemos que as mulheres são as mais privilegiadas do planeta, principalmente a mulher branca de classe média/ricas. Elas detêm todo o poder político, financeiro, social, sexual, midiático em suas mãos. Elas tem o poder de destruir qualquer homem que apareça na sua frente e tem à disposição todo o aparato estatal de alfas das policias militar para agredí-lo, civil para acusá-lo, federal para investigá-lo e os tribunais judiciários para condená-lo.
No campo profissional e nas empresas isso não é diferente. Infelizmente devido ao poder dos alfas que chegam às posições de chefia misturado com uma mentalidade mesquinha e atrasada, estes tendem a serem muito mais amigáveis, tranquilos, cooperativos e legais com as funcionárias mulheres. Eles ajudam mais elas nas tarefas, são mais pacientes, menos duros, menos rigídos. Chefes adoram rodear-se de mulheres e ficarem próximos à elas. Sentem-se num harém e sentem-se poderosos por poder mandar em tantas mulheres que farão o que ele deseja, desde pegar um café, ajuntar um lápis ou fazer uma tarefa.
As mulheres por sua vez utilizam seu poder sexual nas empresas para poder subir ou ganharem benefícios ou se manterem no emprego. No meu trabalho as mulheres falam com vozinha fina com os chefinhos, dão pulinhos, botam a mão no ombrinho do chefinho, pegam cafézinho, compram docinhos, saem pra almoçar juntinhos, concordam com tudo o que o chefe fala. Já vi elas falando “chefinho bom dia, tudo bem, dormiu bem?”. Elas fazem jogos carinhosos com os chefes, riem de tudo o que falam.
Isso causa grandes impactos no ego do chefe homem que passa a sentir “amado”, “adorado” e “idolatrado” e passa a não querer mais ficar longe de mulheres e passa a querer cada vez mais afeto.
Por outro lado, o funcionário homem é muito mais exigido, criticado, sofre mais assédio moral, palavras duras, menos ajuda, menos cooperação. O chefe homem alfa passa então a não querer também perder o espaço como fodão no setor e área e fica de olho em quem quer ser o fodão da empresa ou do setor para não perder seu status.
Minha reação matinal ao saber que terei que trabalhar por anos pra chefes e empresários calhordas opressores vendendo 80% de minha vida diária eternamente
Eu estava disputando promoção com uma mulher. Eu sabia que era entre eu e ela no final de tudo. Ela é daquelas que adoram ficar falando, falando, falando, sempre conversando com o chefe, joga charmes pro chefe, vem maquiada, saltos, e em termos de competência eu garanto que não é melhor que eu. Eu sou um pobretão educado, competente, que não deixa nada para trás.
Infelizmente fui chamado pelo meu chefe junto ao recursos humanos e fui informado que o cargo seria dado para esta vadia e que não havia oportunidades para eu no momento. Um misto de fúria, decepção e raiva cresceu em mim. Chorei por dentro, os sonhos feitos com o novo salário, a aceleração rumo ao milhão, mais putinhas para comer, poder pagar mais tratamentos estéticos, etc.
Depois disso a nova promovida voltou do RH toda feliz, reboladera e rindo. Só faltou saltitar. Voltei a minha estação de trabalho e fiquei pensando na vida. Perdi essa promoção ótima para uma mulherzinha puxa saco. Eu sabia que eu merecia mais. Sim eu merecia mais. Porém é melhor pros chefinhos ter mais mulheres ao redor e deixá-las felizes que um mero humilde pobre feio. Ele terá mais gratidão, amor e um dia poderá até comer o rabo dela. De mim? Competência, tarefas feitas e prontas em prazo e qualidade e exigido. Mas quem disse que eles querem isso?
Essa vida é uma porrada e decepção atrás da outra. A cada uma alegria e felicidade ou vitória, outras derrotas e tristezas violentas virão. Agora só me resta esperar outra vaga de promoção que poderá demorar meses e mesmo ano. Como falei no meu post anterior, a vida não é justa. De fato ela bate e mata mais os bons que os ruins.
Outras tristezas de vida de pobre ruim: