Um pobre feio na balada de ricos

 

Quem já viu meu post sobre como definir aportes e como definir o valor mensal destinado para o lazer sabe que eu tenho uma grana destinada para o meu lazer. O dinheiro é pouco então dá pra no máximo 2 finais de semana (um dia só) ou um final de semana inteiro. Os outros eu fico em casa.

Neste final de semana fui pra balada. Em São Paulo as baladas são extremamente caras. Consumação é 50 pra cima só que as bebidas e comidas são absurdamente caras. Estacionamento, gasolina completam os gastos. Não é pra qualquer ir pra balada por aqui. Quando eu saio pra balada, para não gastar minha cota eu faço o seguinte: Anoto no meu excel onde tem o orçamento e coloco minha meta de gastar na noite: Coloco lá 150, 200 reais ou 100. Em dinheiro vivo eu anoto o valor que estou levando caso dê pau no cartão de crédito. Assim eu posso saber o que estou gastando ao chegar em casa bêbado.

Durante a balada, cada gasto que eu faço (como comprar uma cerveja) eu anoto no meu celular de 60 reais no bloco de notas. Com a noite progredindo e todos e eu ficando mais bêbados, eu vou anotando no banheiro quando vou mijar. Quando bebo fico muito generoso e quero pagar bebida pra todo mundo ou quero começar a avacalhar e pagar bebidas mais caras. Mas com a experiência eu vou me controlando. É foda você ver a galera se divertindo e gastando horrores e eu lá anotando tudo e ficando triste se ultrapasso a cota. Mas é um mal necessário afinal não posso nem a pau comprometer meu aporte de 2.600 reais.

PRÉ-BALADA

Enfim, fui a balada. Em casa peguei minhas roupas ridículas, todas compradas pela mamãe (sim estou me auto-ironizando). Camisa, calça jeans, tênis, nada eu que comprei e não são de marca. Legal. Botei meu perfume que é de marca (pelo menos isso) que é do Boticário (não riem playboys idiotas), passei um gel pra ficar legal. A camisa colada não ficou bem pois tenho barriga de paulista sedentário fracassado, meu braço não é legal também. Mas fazer o que.

Não tenho carro então eu peguei um ônibus. Putz pra mim essa é uma das piores partes. Como não quero gastar em taxi que foderia a grana pra noite, eu pego ônibus. Aí você entra e vê o cobrador e a galera olhando pro cara todo cheiroso e arrumadinho almofadinha. Fico com muita vergonha. Todos pensando “porque este bostão não vai de carro? Oh céus..

Já fico nervoso suado e pego o metrô. Aí já é mais tranquilo pois vejo mais pessoas daquelas alternativas e vou me escondendo no meio deles.

Chego na balada, fila. Aí você começa já a ficar na merda. Primeiro aquele monte, monte, monte de mulheres lindas de salto alto, cabelões, maquiadas com aqueles realçadores de olho sei lá o nome, bebendo, super estontaentes, diferente de como são no escritório com toda aquela iluminação na cara feia. Depois você vê só carrão atrás de carrão chegando, cada cara playboy com suas gatas lindas chegando de Tucson, Honda Civic, Volvo, I30, Mitsubishi. Puta merda porque eu sou tão pobre?

Consigo entrar na balada, corro pro banheiro pra limpar o suvaco de suor e arrumar o cabelo dessarumado do vento do ônibus que fodeu meu penteado. Mijo, lavo a mão. No banheiro os homens todos na frente do espelho arrumando seus cabelos e olhando de perfil pra ver se estão fortinhos. É, tempos modernos.

A BALADA

Volto pra pista e vou pegar minha bebida. Não gosto de misturar mas pro final da noite já estou bebendo tudo. Em São Paulo todo mundo pega com seus amigos uma garrafa de whisky com energeticos pra noite inteira. Você vê mesas com Johny Walker red label e black label aos montes pois os homens ricos querem ostentar para as mulheres. Eu fico com a cara no chão pois sou pobre. Todo mundo na balada estava segurando seu energético e seu copinho com gelo e whysky. Como isso é muito caro e iria detonar minha cota de grana pra noite eu pego cerveja. Só que as cervejas legais pra pelo menos não ficar feio na foto é Stella Artois e Heineken mas essas porras são caras então eu fico pegando a porra da Antarctica o que é lindo pois todos lá com Whysky de 200 reais e eu com uma merda de 5 reais. Porra porque eu sou tão pobre?

Começo a beber e observar se tem alguma mulher olhando pra mim. A noite progride e os paulistas homens e sua natural timidez e excesso de respeito com as paulistas vão dando lugar a algumas aproximações. Tentei observar se eu era o mais sem graça do lugar mas se eu fosse fazer um ranking como o nosso de patrimônio eu ficaria em 20º.

Vou então dar em cima de uma loira baixa com excesso de maquiagem e ansiosa. Começo a conversar com ela e quase que falo sobre investimentos pra tentar seduzi-la com meu super patrimônio de 116.000 reais mas aí eu lembro do alto de minha bebunzice (não dava pra notar) que eu não tenho carro. Então falei com ela sobre dançar, se ela fazia dança e ela então disse “vou pras minhas amigas”. 10 minutos depois eu vejo ela conversando com uma mesa de caras com 6 garrafas de Johny Walker. “Quem manda ser pobre, pobretão” penso eu.

Eu fico rodando a balada, encontro um colega que desesperado vai e dá em cima de 2 mulheres e eu vou atrás ajudá-lo. Mal ele começa a falar a mais bonita pega a amiga mais feia e vão pra outro lugar. Meu amigo lança um olhar triste e logo começa a rir. Eu fico sério pois nunca sorrio pois minha vida é ruim mas dou um tapão nas costas dele, chamo ele de zé mané e dou minha cerveja pra ele. Bom, temos a nós mesmos não é companheiro?

Me perco dele e quando dá 1:30 da manhã entra o DJ principal da noite. É agora que todos ficam doidos. Vou em cima de uma morena alta. Putz, vejo como sou desinteressante, eu fico sem papo rapidamente. Vou em uma loira feia, e ela fala que tem namorado. Ok. Quando vejo as mulheres estão próximas as mesas dos caras em grupo que claramente estão jogando grana pra cima. Outro grupo que elas estão próximas são os marombeiros que vão fazendo a festa a chamando a atenção. O foda é que como sou feio e pobre nem olhar de interesse eu recebo. Vejo muitos foras de outros colegas.

PÓS BALADA

4 da manhã. Hora de ir embora, só sobra as bêbadas com as amigas e amigos e os que ficaram. Pago a conta, vejo o rombo (fiquei dentro da meta, ainda bem). Ora de esperar a merda do metrô. Bêbado, cansado, feio, abatido. Pego ônibus. Chego em casa e caio na cama. Levanto. Água gelada pra não ficar de ressaca. Engov. Dormir. Antes de dormir me lembro dos carrões, dos whyskies, dos marombeiros, das lindas mulheres, dos casais, de eu economizando em cerveja, de que só no próximo mês poderei sair pois a cota de lazer acabou. A vida continua segunda na escravidão. E eu sinto mais um final de semana se esvair pelas mãos.

“Quem manda ser pobre, pobretão”, penso eu. E pego no sono.

O objetivo da Apple é fazer você mais pobre e destruir seu patrimônio financeiro

A empresa Apple formou ao longo dos últimos anos um verdadeiro culto em torno de seus produtos. Quem os tem ganha uma aúrea de que é rico, antenado e fodão. E quem não tem é um pobretão, burro e idiota. Tipo eu.

Porém a massa de consumistas não perceberam que a cada produto da Apple que compram estão invariavelmente mais pobres. E pior, mais ansiosos pois daqui a 6 meses ou 1 ano estarão defasados e já serão vistos como idiotas por não terem o Iphone 4 enquanto ainda tem aquele primeiro original. Isso quando nosso super antenado não está ainda pagando aquele primeiro Iphone, Ipad, etc.

O pior de tudo é que os produtos da Apple podem ser trocados facilmente por outros muito mais baratos que fazem a mesma coisa. Porém, oh deus do céu, não fale isso para um fã da Apple. Eles nunca vão concordar.

Vamos aos cálculos. Existem 4 produtos principais da Apple que os consumistas futuros pobretões gastam que poderiam ser trocados por outras marcas ou mesmo ignorados são eles Iphone, Ipad, Ipod, Macbook. Vejam só os gastos ridículos com estas merdas e me digam se isso não é dilapidar se patrimônio:

Retirado do site Buscapé

Apple Macbook Air MC505LZ Intel Core 2 Duo 1.4 GHz 2048 MB 64 GB – R$ 2.165,65 a R$ 3.300,00

Apple iPhone 4S 64GB GSM Desbloqueado – R$ 2.195,99

Apple iPod Touch 4th Generation 32GB – R$ 736,19

Apple iPad 2 3G 32 GB – R$ 1302,30

Total desta palhaçada: R$ 6.399

Mesmo que se compre versões inferiores em tamanho de Gigas ou nos Estados Unidos a brincadeira ainda daria uns 4.000 reais. Isso é simplesmente um absurdo.

Agora a cada ano você estará com um produto cada vez mais defasado passando vergonha com seus amigos que você adora competir nestes aparelhinhos e terá que logo se atualizar. Está preparado para mais gastos médios de 6.000 reais anuais

Um notebook é até importante porém o que mais tem é aqueles de 1.200 reais que dão para perfeitamente trabalhar e navegar em sites pornôs como todo  homem normal faz. Ninguém precisa de uma droga de Macbook.

O Iphone pode muito bem ser trocado pelo Galaxy ou um smartphone fácil de navegar na net para ficar lá curtindo no Facebook.

E o Ipad, bom, eu me recuso a falar na invenção mais ridícula dos últimos anos. R$ 2.000 reais. O Ipad é extremamente específico para algumas pessoas que realmente precisam. Fico puto da vida quando vejo políticos se gabando que compraram Ipads para escolas. Realmente a educação brasileira agora será revolucionada. Angry Birds logo será matéria oficial do currículo escolar, aguardem.

Filas para o novo ipad: A idiotice e orgia dos consumistas

Eu estava a ler notícias quando passou na TV e eu li nos sites que em todo mundo existem filas para comprar o novo Ipad. Quando vi, eram filas enormes, de pessoas passando noites, no frio, passando fome, com mau hálito e cara de palidez esperando para comprar este aparelho.

http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-da-globo/v/fas-da-apple-fazem-fila-para-comprar-a-nova-versao-do-ipad/1859318/

As pessoas, se você ver no vídeo no link, quando conseguiam pegar na mão a caixa do aparelho, davam pulos, gritinhos, pareciam emocionadas. Tal qual nas igrejas quando as pessoas passam mal ou veêm imagens santas de fé, os fanáticos da tecnologia Apple davam surtos consumistas orgásmicos como se a cura da Aids, câncer fosse descoberta ou mesmo que ganharam na loteria.

É de dar embrulho no estômago o fanatismo dos consumistas, felizes em torrar tanta grana.

Mas nós pobretões, desprovidos de produtos apple, sofrendo preconceito diário por não ter iphones, ipads, macbostas, seguimos em frente, cada dia mais ricos, cada dia com mais ações da GETI, da Eletropaulo, da Vale, recebendo mais dividendos. Cada produto comprado por eles, significa que estamos mais ricos e próximos do milhão em relação aos consumistas, que quando chegarem daqui a 5 anos, entupidos de quinquilharias eletrônicas podres e inúteis, pensarão como foram idiotas.

E da próxima vez que eu ver gente dando gritinhos por causa de produtos da Apple, prepare-se para ver seu Ipad quebrado no chão.

Relacionado: Manter o status com porcarias eletrônicas te deixará pobre para sempre

A amarga vingança do pobre feio que se torna rico

Quando você é pobre e ainda por cima feio as coisas se tornam complicadas no campo do amor. Você não tem dinheiro para ter uma namorada e levá-la para locais legais, não tem carro, não tem muito o que fazer.

Quando você é pobre feio e seu ambiente social é de classe média alta e ricos, aí amigo, sua situação é ainda mais complicada. Nos blogs da comunidade de finanças brasileiras, essa discussão é uma nuance muito interessante que não se vê nos blogs de finanças americanos, canadenses e britânicos (os mais acessados do mundo).

Existe uma forte corrente aqui nos nossos blogs, principalmente por parte dos cariocas (uma das forças econômicas do Brasil e pessoas muito diferentes de nós paulistas) que prega que você pode se tornar rico como nós pobretões do Brasil queremos para podermos ter mulheres lindas panicats, porém se você continuar feio, ainda que não esteja sozinho, a sua companheira não terá o mesmo amor que tem por um homem que malha pesado.

Isso me fez repensar muitas coisas. Que os cariocas são os caras mais obcecados por malhação, eu não tenho dúvidas. E que a competição é pesada por beleza na cidade também. Os cariocas até clamam serem os mais bonitos e pegadores do país devido o darwinismo que sofrem na sua terra natal para rir de nós paulistas.

Enquanto isso nós paulistas, com nosso estilo de vida ridículo, com nossas panças maravilhosas, nossa peles cheias de fuligem de cano de descarga, vamos nos matando pra só sobreviver aos aumentos completamente absurdos dos preços. Mas o pior pro paulista não é só isso. O pior é o pobre paulista que vive entre ricos e é feio.

Este sou eu e mais milhões. Nós estamos nos matando por dinheiro para termos mulheres lindas mas a cada dia que passa nossa saúde e corpo estão indo pro espaço. Nos restará as mulheres paulistas que sempre, sempre tem sobrepeso, rostos cansados e não tem tempo nem pra dar uma rapidinha. É pra isso que quero tanto dinheiro?

Darei um exemplo que me chocou muito ao linkar a teoria dos cariocas mais este exemplo. Veja só:

Grafiteiro milionário do Facebook: “Já me ofereceram sexo em troca de US$ 2 milhões”

“Embora esteja prestes a se tornar o primeiro artista de grafite a valer US$ 200 milhões, David Choe diz que preferiria ter menos dinheiro e recuperar sua privacidade. Desde que o “New York Times” noticiou que Choe teria ações do Facebook suficientes para torná-lo multimilionário quando a companhia realizar sua oferta de ações, ele vem sofrendo assédio da imprensa, amigos e até de ex-namoradas. “Uma delas chegou a me oferecer sexo oral todos os dias pelo resto da minha vida em troca de US$ 2 milhões”, contou ao canal de TV CBS.

Este cara, que é asiático (que são considerados os menos atraentes nos EUA), feio pra burro, era uma droga de grafiteiro. Ele foi lá e pintou as paredes do Facebook (bem mal feito) quando era uma microempresa de garagem, de pagamento recebeu ações e hoje tem 200 milhões.

E olha só, as mulheres está completamente doidas por ele porém estão cobrando super caro.

É uma vingança por quando era pobre, grafiteiro e deixado por ex-namoradas as recusar, mas é uma vingança amarga pois ele nunca será desejado por nada na vida e sempre correrá o risco de poder perder algo no divórcio.

Então pobretões, a conclusão é que além de grana precisamos malhar. Me olhei no espelho dia desses e vi a figura caricata de um paulista que trabalha em escritório: Abatido, cansado, fora de forma, estressado, desinteressante (pois paulista só sabe comer e finge que é intelectual mas não tem tempo pra ler livros e cultivar hobbies). Que cidade e cultura de merda.

Porém como arranjar tempo e dinheiro? O tempo os chefes paulistas nos roubam. O tráfego é demorado. E os preços exorbitantes das academias também.

Rico ou bonito? Escolha.

Como definir o valor do aporte financeiro para se tornar milionário

Pra quem não nasceu playboy e rico, para ser um milionário e finalmente alcançar a felicidade e liberdade  deixando esta vida horrível de pobre trabalhador é preciso que se aporte o mais alto e forte possível durantes anos a fio em investimentos. Mas qual a melhor técnica para se definir o valor do aporte?

Se você quer ser mesmo milionário, rico, feliz vai ter que viver mal por vários anos. Faz parte. Por isso você deve definir primeiro qual seu aporte mais alto possível em que o resto dos seus gastos terão que se adaptar ao seu aporte. É assim mesmo.

Exemplo, você ganha uma merda de salário de 3.000 reais líquido ok? Um salário triste, baixo que não dá pra fazer porra nenhuma. Seu emprego é uma bosta, ônibus, não dá pra impressionar ou mesmo contratar panicats. Então você gritou “Não aceito essa vida horrível eu irei ser milionário”.

A partir daí definiu que o aporte será de 70% do salário. Isso significa um aporte de 2.100 reais e que sobrará pra outros gastos 900 reais. Você deve entender 2 coisas: Aporte bom é aporte acima de 2.000 reais. Isso é um valor muito forte e excelente para atingir a liberdade financeira rápido (tipo 20 anos de forma líquida e apenas 15 de forma bruta conforme meu plano). Outra regra boa é que de 60% a 80% do salário também é uma excelente marca para os que ganham mal.

Feito isso, definido o aporte, você irá adaptar seu orçamento obrigatoriamente ao aporte.

Primeiro enumere em valor todos seus custos fixos. Ele não pode ultrapassar 50% dos 900 reais que sobraram pois se não você ficará sem nada para os custos variáveis. Isso dá 450. Corte tudo não essencial. Custo fixo inclui tudo o que você compra mensalmente. Desde sua Tv a Cabo, seu shampoo, seu cotonete, sua cueca, etc.

O resto dos 450 reais serão seus gastos variáveis. Eles serão para seu lazer e emergências. Quanto menos custos fixos melhor pois sobra mais pra você curtir. Saiba que o gasto de lazer tem que ser o mais próximo de te manter bem mentalmente.

Esta técnica é a mais agressiva de estabelecimento de aportes. É para quem é hardcore frugal, quer mesmo ser milionário, quer a felicidade, quer mulheres lindas, quer mandar seus chefes pra merda, quer dar adeus ao mundo das corporações anti-éticas desrespeitadoras das leis trabalhistas dos CLT’s, quer ser um astro do facebook para seus amigos com suas viagens mensais incríveis.

Esta técnica não é indicada para Quem é casado com filhos – Pois as emergências são muitas e os gastos exorbitantes. A não ser que se ganhe muito, mas muito bem esta técnica fará teus filhos passarem fome e sua mulher pedir o divórcio. Esta técnica é para quem é solteiro obcecado por dinheiro. Por isso casar e filhos pode ser um desastre.

Existem outras técnicas mais suaves. Uma delas é estabelecer o aporte só após todos os custos fixos e possíveis varíaveis serem mapeados e o que sobrar vira aporte. É uma técnica fraca. E para quem é classe média e quer se sentir menos lixo por não investir em nada. Outra é definir automaticamente 30% do salário como aporte(valor sempre falado pelos gurus riquinhos de finanças). Pode ser um início.

Agora você sabe quais são seus limites de gastos e você deve controlá-los principalmente os variáveis para não estourar sua cota mensal. E isto é feito com controles extremamente fortes de orçamento que deixariam o sistema da Vale com inveja. Mas isso fica pra outro post.

Aporte alto ou seja pobre pra sempre deprimido porque lançaram uma nova versão do Iphone e você ainda está pagando.

Então, qual seu aporte? Qual sua técnica?

Que a força do aporte esteja com você.

A humilhação de ser um homem sem carro

Ah, carros. Uma das coisas mais fascinantes do mundo são os carros. Seus designs, sua velocidade, seus painéis coloridos, seu som, seu barulho de motor, o conforto da direção. Nada mais fantástico que ter um carro.

E nada mais humilhante do que não ter um. Não ter carro no mundo de hoje em que até peões favelados tem o seu é um grande crime ainda mais para um cara como eu que tem seu emprego normalmente em São Paulo.

O preconceito e a humilhação já começam no meu trabalho. É complicado quando perguntam pra mim qual é meu carro nos papos de “qual carro é melhor” ou quando tem algum maldito e insuportável happy hour paulista (que consiste em comer que nem um porco fedendo no terno de dia inteiro com a cara toda suja de bactérias de poluição tentando impressionar as mulheres barrigudinhas paulistas). Eu simplesmente digo que não tenho pois estou pesquisando algo ou que minha tia morreu e estou ajudando antes de comprar algo. É, pesado mentir assim mas funciona.

Mulheres são ainda mais cruéis e pressionam muito para saber o carro. Em São Paulo o fato de um homem não ter carro trabalhando em uma empresa média/grande é um crime que destrói suas chances de conseguir um amor. Eu entendo que falarão que conseguem pegar várias sem ter carro mas quando se sai da fase de faculdade as coisas mudam drasticamente. Uma vez trabalhando em uma empresa grande as mulheres que você passa a conviver exigem que se tenham um carro. A fase da mulher universitária aceitar andar de ônibus e metrô acabou. De fato estes dois meios de transporte são horríveis em São Paulo então é entendível que elas queiram um homem com um carro legal, confortável para frequentar os caros restaurantes e bares paulistas. Não tenha carro e sofra com solidão feminina e não poder ir em nenhum lugar pois tudo é super longe.

Uma vez eu estava fazendo aqueles malditos cursos extras para ficar com o currículo mais bonitinho (caro e inútil pra burro). Eu estava lá e uma loira com um emprego fodão começou a me paquerar após eu olhar muitas vezes pra ela (eu olho muito para mulheres bonitas imaginando ela casando comigo). Ela era loira, linda, elegante, sempre de salto alto, cabelo cumprido, o sonho de 99% dos homens. Eu comecei a conversar com ela e logo as coisas bateram até bem demais que eu fiquei desconfiado (pois sou feio e fora de forma e minha empresa proíbe consultar médicos para consertar isso, malhar e também desinteressante devido os horários que não me permitem desenvolver vida pessoal). Em um momento com essa mulher maravilhosa que poderia ser minha linda esposa rica hoje, mencionou que amava carros e disse que tinha uma pickup mitsubishi nova. Eu me borrei nas calças. Então ela perguntou “qual o seu pobretão?”. Eu disse então que não tinha carro. Ela fez uma cara de decepção tão clara mesmo tentando disfarçar que nunca mais nossa interação foi a mesma. Fiquei bem mal. Uma vez ela saindo do curso me viu no ponto de ônibus de terno no meio do povão que ela chegou a parar o carro e ficar me olhando por 4 segundos, atônita de como um cara de 25 anos trabalhando em uma empresa como a minha naquela situação. Até hoje eu tenho pesadelos com isso.

Em São Paulo é ainda pior pois como tudo é longe eu não consigo fazer nada interessante. Quando quero ir nas baladinhas e bares preciso pegar ônibus e/ou metrô e quando chego já estou todo feio, desarrumado, cansado e triste. Você faz toda uma produção para chegar minimamente legal para poder encontrar uma moça e chego como uma mendigo. E elas chegando aos montes de Peugeot 307 lotado de mulheres lindas de salto alto. Como eu vou também levar as beldades para um motel sem carro? Triste.

Pior ainda é saber como todo mundo da sua idade como seus amigos já tem carro ou mesmo os mais novos que você conhece já tem um (aí dói mais). Eu tenho 3 irmãs e elas tem várias amigas, dezenas, centenas e todas elas ganharam carro ao completar 18 anos sem fazer porra nenhuma. Sim, todas ganharam pois seus pais são muito mais ricos. Isso me deixa muito triste pois dá aquela sensação de raiva pelo seu pai e mãe serem tão mais pobres que todos os outros pois como já falei várias vezes, sou um pobre inserido no ambiente de classe média alta e rica de São Paulo. Como pode aquelas meninas que vinham aqui em casa dormir fazer a festinha do pijamas, todas bebezonas, feias com dentes podres e magras anorexicas, faziam concursos de peidos, comiam todos meus chips, me incomodavam no meu computador hoje todas tem carros como Ka’s, peugeots 207/307, C4 Hatch, Vectra Hacth, etc. Porra meu.

Um homem da minha idade, tão jovem, solteiro e com 104.796 reais (conforme minha última atualização) não ter carro é complicado porém antes que me falem que estou reclamando sendo que posso comprar, eu sou obcecado pela idéia de ser milionário e carros só atrapalham a chegada no objetivo. Comprar um Chery QQ chinês ou um patético e não confiável Uno Mille por 22.000 reais mais a manutenção e IPVA destruíriram meu patrimônio e capacidade de aporte mensal (que é de 2600 reais para quem não sabe ainda). E isso eu não aceito.

A vida de um pobre não é fácil e o caminho para ser milionário como Eike Batista não é fácil.

No momento, só me resta torcer para que nenhum fedido sente do meu lado no banco do ônibus todo dia e torne meu dia ainda pior do que já é. Como é ruim ser pobre trabalhador.

Manter o status com porcarias eletrônicas te deixará pobre para sempre

Eu li no blog do investidor defensivo uma matéria que ele pôs lá sobre “Famílias da classe média levam a vida no sufoco”.

Quando fui ler algumas coisas me chamaram a atenção e não senti nem um pouco de pena. A reportagem considerou que famílias com renda entre 7.400 e 9.700.

Leiam esse trecho:

“Com rendimento entre R$ 7.400 e R$ 9.700, famílias da tradicional classe média brasileira (hoje classe B) estão levando a vida no sufoco. É que está cada dia mais difícil manter o padrão tipo A de consumo num país que caminha para o primeiro mundo, levando consigo – e para o alto – os preços de serviços, empregados domésticos, escolas, viagens, médicos, dentistas e até manicure. A chamada classe B não alivia o orçamento usando serviços públicos, em parte degradados, como a classe C, mas também não tem a renda da classe A para bancar suas despesas. A situação piora em momentos de crise, como ocorreu em 2011.”

Estão no sufoco mas querem viajar? Ter empregada? Ora, é por isso que continuarão sendo classe média pra sempre sendo alcançados pela classe C. Manicure? Ora, faça em casa. Quanto a escolas, ninguém mandou ter filhos ou querer colocar no melhor colégio da cidade.

Mas o que realmente me chamou atenção foi isto:

“Além da alta dos preços, essa camada da população vem sendo bombardeada pela globalização e pela evolução da tecnologia. Hoje uma família de classe B quer ter vários – e bons – telefones celulares, para os pais e para os filhos. É preciso pagar internet, TV a cabo, cursos de línguas, escolas de alto nível para as crianças. As famílias também se sentem pressionadas a comprar os melhores computadores, notebooks, tablets. O problema é que a correção anual dos rendimentos do trabalho não acompanha uma intensificação tão grande nos gastos.”

É claro. No meu trabalho eu vejo isso. Todos precisam ter o último Iphone, Galaxy. Precisam ter a droga do Tablet, Ipad. Compram televisões gigantes flat screen pra todos os cômodos da casa. Aí querem também ter o melhor notebook ou aquela mania de querer Macbook daquele bem fino pra se mostrarem com aquela maçã idiota iluminada. Quando o pessoal está na mesa deles, colocam tudo lá espalhado para se mostrarem. Tem também os ipods, caramba todo mundo tem um desses modernos, essas bostas são super caras. 1400 em um Galaxy ou 2000 a 3000 num iphone, 2000 num tablet, mais 1500 a 4000 em uma televisão. Po, façam as contas, quantas ELPL4, GETI4, Cemigs, Vales o cara compra com isso? Ou na poupança isso já dá umas cervejas.

Tem cara que ganha 2.500 merréis e tem Iphone. O iphone é um mês inteiro de trabalho do cara. Ele comprou porque todos do setor dele adquiriram e ele se sentia excluído de não ficar no almoço com os dedos brincando na tela.

Todo ano eu acho que essa galera também gasta uns 10.000 reais nas férias. Europa, EUA, cruzeiros, precisam porque precisam viajar todo ano para colocarem as fotinhos no facebook. Ok, é bom viajar mas o caminho da vitória financeira e do milhão não perdoa erros.

É uma verdadeira competição em status para ver quem é o mais fodão nos eletrônicos e em viagens. Aí junte para os casados do meu trabalho a necessidade do paulista de todo final de semana, os 2 dias mais uma vez de noite na semana sair pra comer fora. Os restaurantes em São Paulo são absurdamente caros que chega a dar nojo. Paulista só sabe comer e ir pra restaurante por isso todos tem barrigas salientes, seja homem ou mulher. Cada saída pra restaurante morre de 150 a 300 reais. Para os jovens, é aquela necessidade de ir nas baladas vips ou shows.

Por isso que para ser milionário e querer aportar alto como eu faço, é preciso ter muita força mental. Não é fácil ter um celular de 60 reais como eu, não viajar, não sair pra comer fora e não dar bola para malditos tablets, não ter ipod e super máquinas fotográficas nem a droga dos produtos da Apple. O cara quer ficar se mostrando com essas quinquilharias eletrônicas, quer ter tudo, e da última versão,

Nem muito menos eu sinto pena dessa reportagem. Querem gastar o que não tem pra não ficar feio pro vizinho ou porque a namorada ou esposa não aguentam não sair o final de semana.

E como um amigo aqui do blog comentou neste meu post em que falei como é horrível ser pobre e não ter nada, segue um dos bordões que adotei pro meu blog que pode ser usado pelos pobretões do meu Brasil:

“Ipad é o caralho”.

O carnaval deixará as pessoas mais pobres e eu mais rico, porém, mais triste.

Na sexta feira as pessoas no meu trabalho faziam planos e mais planos para o carnaval. A maioria irá viajar. Perdão, todos irão viajar.

Em São Paulo a classe média alta e ricos viajam. Ninguém quer saber do ridículo desfile das antipáticas escolas de samba da cidade em que só as comunidades pobres e as 2 torcidas das organizadas se importam. Nem mesmo as presença da panicat Juju Salimeni (a musa da comunidade dos blogueiros de finanças do Brasil) com o menor tapa sexo já visto anima a elite bandeirante.

A maioria irá para os carnavais do nordeste e RJ e a outra parte para o interior do estado ou do país. O que importa é que isto tem um gasto, e ele é alto.

É alto pois tudo fica mais caro nesta época já potencializada pelo próprio verão (alta temporada). Para os jovens do meu trabalho (trainees a coordenadores e alguns gerentes) que vão dos 18 a 30 anos o nordeste foi a opção. Salvador, Recife/Olinda estarão recebendo eles. Passagem de avião? 500 a 1300 dependendo da época e se vai levar alguém, só um trecho ou dois. Hotel em Salvador? Bom pelo que eles estavam falando de 1.500 a 4.000. Alguns idiotas estão pagando 1.000 por dia.

Junte as cachaças, pizza hut e mcdonald’s, red bull, lembranças, emergências e temos aí de no mínimo 3.500 a 7.000 reais de gastos. É alto pois paulista não fica em hotel fraco e não faz festa fraca. Quem é daqui sabe que quem joga pesado no país somos nós em termos de dinheiro.

Os que vão pro interior que são muitos casados (gerentes sênior e diretores) irão gastar também muito. Vinho, presentes pra mulher, filho, gasolina, hotel em termas, restaurante dia e noite, o gasto é alto também. Esse pessoal faz forte network ou visita famílias e a competição é alta por status para vencerem o marido da rival da esposa então os caras metem a mão no bolso e vão forte noite adentro em restaurantes bebendo vinhos e whyskies caros.

E os pobretões de vida ruim? Eu ficarei em São Paulo mesmo. Pessoal quis que eu fosse para Salvador mas eu recusei dando desculpas de que tinha uma parente doente. Olha o nível que chego para evitar destruir minhas finanças. Mas colou.

Eu ficarei em São Paulo e irei todos os dias no bar do meu amigo beber bastante para afogar a tristeza da solidão olhando os vidros e concretos desta cidade poluída, feia e depressiva. Ele irá fazer um bloco vagabundo em que iremos com nossas camisas ridículas de 15 reais de poliester fazer que somos felizes dando a volta na quadra e depois voltando ao bar, sentando e contemplando na televisão o lindo mundo dos ricos nos camarotes cheios de ricos da Brahma do RJ e Salvador.

Obviamente meus gastos serão baixos. Vou gastar, de acordo com meu orçamento pessoal, 150 reais. Este é o direito que tenho. É o suficiente para bebidas.

Enquanto isso meus colegas irão voltar 7.000 reais mais pobres ou irão pagar durante o ano a diversão. Voltarão com casos de amor, vômito, bebedeiras, risos e mais experiências, mais ainda sim mais pobres. E eu estarei mais rico financeiramente e num valor nada baixo.

O caminho para a riqueza através da frugalidade extrema para fugir da humilhação e da exploração diária do trabalho é árduo e difícil.

Pois se agora eu assisto os ricos e a Juju Salimeni pela televisão é para um dia estar do lado deles curtindo de igual para igual enquanto observo no chão a alegria momentânea de 7.000 reais parcelada dos meus próprios conterrâneos.

É possível curtir a vida até ser milionário?

A resposta é não, não é possível. No meu caso e dos pobretões do Brasil não é.

Antes que joguem pedras e deêm exemplos que só me fazem me sentir pior (que pega todas as gatinhas mesmo pobre e é feliz não tendo nada na vida) eu vou mostrar com a minha vida como não é possível curtir a vida aportando altos valores do salário.

Eu odeio meu trabalho. Não só meu trabalho mas todo tipo de trabalho em que você é mandado e cumpre horários. Os horários terríveis que eu faço me deixam um cara cansado e sem vida pessoal. Portanto eu decidi aportar altos valores do meu salário (R$ 2.600 de aporte mensal para os que acompanham) para fugir da canalhice das corporações privadas brasileiras.

Agora pense: Se eu aporto quase todo meu salário ridículo em que até analista júnior trainee arrogante ganha sem a habilidade e experiência que eu tenho e os meus horários são terríveis como é possível curtir a vida???

Aporte alto + carga de trabalho enorme = Vida ruim até ser milionário e sair do trabalho.

Não tem essa de que é possível curtir sem grana. Onde se vai em São Paulo gastando pouco? Se você ganha mal e aporta alto você fica sem dinheiro pra fazer NADA. Qual seu hobbie? Filmes? Cinema em São Paulo você acha que gasta quanto? Gosta de rock, pagode, sertanejo? Quanto você acha que é a casa de show em São Paulo? É fã da Madonna, U2, Linkin Park, Air suply, qualquer coisa insuportável que você goste, quanto acha que é um show? Quanto você acha que é um plano trimestral de academia ou arte marcial em São Paulo? Quanto você acha que é um restaurante em São Paulo? Hein? Ou quanto é a ida pro litoral sul do estado? Barato claro, locomoção, comida, compras.

O dinheiro do meu orçamento destinado para lazer permite que eu faça algumas coisas que são ir ao bar do meu amigo no sábado e ás vezes no domingo (lembrem-se que segunda é preciso trabalhar, ou seja, o inferno volta) onde eu tomo altas quantidades de alcool para esquecer da vida e me sentir feliz. E de fato nestes momentos sou. Também serve para contratar serviços de mulheres você sabe o que. Tem mês que nem faço isso. Só.

O outro problema é o horário. De segunda a sexta das 6 ás 19:30 ou 20:00 a minha vida está preenchida com o tridente de satã no meu pescoço, ou seja, o trabalho maçante, cruel, explorador e sem sentido da iniciativa privada brasileira comandada pelos gerentes mais incapazes, anti-éticos, problemáticos e incompetentes que o mundo já viu. Sobra quanto tempo de noite pra fazer o que? 2 horas até dar ás 22:00 que é a hora do nenê ir pra cama pois amanhã seu dono (a empresa) quer sua alma de novo por 14 horas. Neste tempo eu não faço nada. Academia iria me cansar ainda mais, desmotivação pra fazer, pra sair. Imagina só sair, querer tomar algumas mas vai ficar tão cansado que seu dia seguinte será improdutivo e ainda pior do que já é.

Sobram então sexta a noite, sábado e começo de domingo. Quem não tem dinheiro já fica complicado o que fazer no tempo livre. Sexta a noite o cara pode se acabar na balada, sabado ir pra praia e domingo descansar. É pouco. Muito pouco pra o que a vida oferece. É pouco pro potencial que deus nos criou. Pro lazer que o homem criou. Balada são 4 horas de bebedeira a caça de mulheres. Tá bom, é legal mas é pouco tempo. Sábado é praia ou restaurante ou bar. É pouco. É pequeno. Domingo, bom, futebol. 2 horas de esquecimento da vida. Esta é a vida de um playboy que trabalha, então se a dele já é repetitiva imagina a de que não tem grana?

Portanto, a solução é que seu salário seja alto pois aí é possível aportar alto e ao mesmo tempo a grana destinada a lazer também será alta sem comprometer a chegada no primeiro milhão. Quem ganha 6.000 reais e mora com os pais, pode destinar 3.500 pra aporte e 2.500 pra aproveitar a vida. Nada mal.

Bom, aqui do lado a televisão anuncia Faustão. É agora que a depressão bate forte. Terminou o banho de sol. Logo estarei de volta ao tridente de satã…

A vida feliz dos playboys e a minha vida triste de pobre

 

Como falei em meus posts anteriores eu sou um dos mais pobres no meu trabalho e fui na faculdade e colégio. Eu era o último colocado da classe média dentro de um mundo de ricos e classe média alta. Não tenho nenhuma modernidade legal eletrônica, não tenho carro, e mal tenho dinheiro para sair. Tenho dificuldade de comprar roupas legais também. Aquela camisa em “V” da Calvin Klein eu só fui comprar agora algumas (de marcas estampadas podres). Então se eu saio pra balada é complicado competir com o estilo dos outros caras.

Eu fico observando a vida dos meus colegas, amigos e as pessoas no meu trabalho e vejo como são felizes pois apesar de “terem” que trabalhar eles já tem pais ricos que cobrem suas despesas. Esta segurança faz eles trabalharem com muito mais tranquilidade e alegria pois não precisam ficar com medo de perder o emprego ou de fazer besteiras. Eu todo dia tenho uma corda no pescoço e cada tarefa é vida ou morte. Sabe o que é viver diariamente pronto a ser fuzilado? É assim que vivo.

Eles se vestem bem pois os pais pagam roupas legais. Impressionante como estão sempre na moda. Me visto no máximo que posso bem mas não posso acompanhar as roupas legais que eles usam. Para quem acha que isso é coisa de gay,  não me importo pois eu quero ser rico para me vestir com roupas legais e elegantes e não como um mendigo ridículo.

Eu nunca tive carro na vida e eles ganharam carro dos pais assim que fazem 18 anos ou passam na faculdade. É incrível como eu vejo pessoas de 18 anos que ganham carro por completaram tal idade e eu que me formei, arranjei emprego por conta própria sem network, ralo pra caramba nunca nem passei perto de receber de presente de meu pai um carro. Tem mulher que engravidou cedo por burrice e tem carro dos pais!! Eu vejo vários desses caras mais novos com carro andando por aí, 5,6 anos mais novos, já indo pro shopping com namoradas bonitas as conduzindo como homens formados enquanto eu não posso levar uma possível paquera para jantar! Isso é um duro golpe na minha auto-estima.

Aqui no meu prédio vizinho, meu pai tem um amigo e ele comprou para o filho e a nora um apartamento novinho só para os dois. Este rapaz que é da mesma idade que eu simplesmente não precisará se preocupar com droga nenhuma de comprar o próprio apartamento. Imagine a grana que economizou em possível aluguel ou prestações? E ele tem carro também que o pai deu. A esposa dele é linda e deve estar muito feliz. Eu tive uma namorada tempos atrás que apesar de feinha eu evitava muitas vezes que ela se encontrasse com ele quando saía do nosso prédio pois o cara além de playboy rico é considerado super bonito pelas mulheres e de fato ele é (não me importo com possíveis piadas, com a vida de merda que eu levo nada mais me incomoda). Complicado quando se é pobre ter que tomar cuidado com caras ricos e bonitos.

Os playboys estão sempre indo pra praias legais e baladas caras nos famosos bairros paulistas. Eu fico triste pois nem a pau que posso aguentar o peso financeiro de uma balada em São Paulo. Não entendo como estão sempre tomando red bull com whisky red label, mesas com Johnny Walker em cima para se aparecer para lindas mulheres. Eu nunca tive o prazer de fazer isso. Ir até de noite bebendo, curtindo, saindo de carro para lugares legais e comendo em restaurantes legais isso é algo que só os ricos playboys tem acesso e isso torna a vida deles feliz. Sempre com namoradas legais, carros e dinheiro no bolso e a segurança dos pais ricos. Nada mais tranquilo e feliz.

Eu tenho inveja deles mas ela é positiva. Posso ficar com raiva mas fico com raiva do berço que nasci. Eles deram sorte. Não tem méritos nenhum na vida que levam claro. São completos desprovidos de garra e nunca souberam ou saberão o que é o desespero de não poder levar uma vida jovem e adolescente com os confortos, bens materiais e experiências de uma vida rica ou do que é o desespero de ter medo de perder o emprego ou de não poder sair de casa por não ter grana. Mas eles não tem nada com isso e aproveitam a vida.

Mente quem diz que playboys não são felizes e que pobres são felizes. Só os ignorantes não percebem tal diferença. E como dizem, ignorância é uma benção e eu claramente não fui abençoado com este dom.