A ilusão de pobreza que economizar trás

Foto do meu amigo Eduardo Ferraz (Visite o blog dele! http://montagensetextos.blogspot.com.br/)

Creio que todos que são aportadores adeptos do pobretão way of life sentem este sentimento chato que nos atinge diversas vezes ao dia: O sentimento de que sempre falta dinheiro.

Este sentimento de falta de dinheiro nada mais é que a pobreza. E ele é acometido em vários tipos de situações em que pensamos “poxa queria fazer tal coisa mas não tenho dinheiro…” ou “queria muito comprar isso mas não posso”. Este pensamento vem se vemos desde um playboy num carrão, ou vemos a foto de uma garota de programa gostosa, ou uma propaganda de um bem que queremos muito ou mesmo a foto de uma cenário paradisíaco que gostaríamos de tirar férias.

Mas isso é uma coisa muito estranha de se sentir quando olhamos nossos salários e patrimônio. Eu tenho muito isso de me sentir sempre que falta dinheiro. Sempre não tenho grana pra nada. Sinto que meio do mês não tenho mais um tostão no bolso. E aí aguardo pacientemente e ás vezes ansiosamente para que o mês seguinte chegue e eu possa comprar algo ou fazer algo que eu quero. E ás vezes nem dá certo pois surge algum gasto lixo que fode meus planos de lazer.

Mas, objetivamente este sentimento é bizarro e não é lógico. Ora, como pode um cara que tem 424.551 reais de patrimônio e ganha mais de 8,5k mês se sinta sem dinheiro?? Que não tem prestação de apartamento, não tem dívida, não tem filho nem carro?

Vamos observar meu patrimônio dos últimos 12 meses conforme minha evolução patrimonial:

É fato que eu não tenho a desculpa “de que não tenho dinheiro”. Como que eu não tenho dinheiro para comer uma GP top? Ou não tenho para comprar um jogo de playstation 4 novo? Ou para comprar 1 kg de maminha para fazer uma carne assada? Para comprar uma pizza da Pizza Hut sábado a noite? Para ir para a Polinésia francesa? Logicamente não faz NENHUM sentido o meu mental me dizer que eu não tenho dinheiro para fazer algo.

Mas o que ocorre é simples de explicar. A mente do aportador do pobretão way of life pelo menos a minha, não funciona como a de um carpe diem. A do carpe diem funciona da seguinte forma, se ele vê que tem dinheiro sobrando, qualquer que seja, então a mente fala “eu tenho dinheiro portanto posso gastar”. Não importa se é um real ou 10.000 reais. Então ele vai e usa aquilo para consumo. Ele não é aportador nem economizador ele é ostentador e gastador.

A minha mente funciona diferente pois a matemática do aporte é diferente. Existe meu salário vamos colocar aqui 8.500 reais. Disso, uma parte é fixa para aporte ou seja, uns 60 a 70%. O que sobra precisa ser dividido com custos fixos, pequenas prestações, compras para viver, higiene, enfim, tudo o que eu preciso para me “sustentar” como ser humano (teto, comida, higiene). SÓ APÓS isso é que o dinheiro que sobrar é que vai para lazer. E muitas vezes o que sobra não é nada. Pra finalizar os juros, dividendos e rendas de investimento do carpe diem é utilizado para bancar viagens e compras. No nosso caso é simplesmente intocável.

Dessa forma a sensação de escassez devido nosso modelo mental de vida é tão grande. Em abril de 2016, eu aumentei em 24.000 reais meu patrimônio com podem ver. Se fosse o carpe diem que tivesse tal resultado, ele estaria com a mente feliz de alegria pois pensaria “olha quanto vou poder gastar mês que vem e curtir a vida”. No nosso caso isso não ocorre. Há uma pequena alegria de ter um bom resultado mas deu um dia depois do fechamento do patrimônio, é como se o resultado atingido não existisse, fosse zerado para o mês seguinte, e aquelas 24.000 simplesmente nunca ocorreu.

Isso vem me incomodando bastante. É o velho papo que eu já falei aqui, favelados da zona leste se vestem melhor que eu. Auxiliares administrativos casalixos ganhando 1.500 reais mês viajam todo ano para nordeste e Campos de Jordão. E sua vida se esvai e seu patrimônio são patéticos 424.000 reais, sem apto próprio nem carro.

Aporte é só para os fortes. O caminho fácil é do Carpe Diem mas a vida cobrará o preço no futuro.

Forte abraço!